Foto: Danielle White studios
“To fully and deeply immerse, experience, and explore, with awareness, an open heart, and compassion, the multifaceted, tragic, and beautiful life that we live, is my goal. To express this understanding honestly and with authenticity is what I do. I do this with the support of a strong technical foundation, and a freedom of expression that knows no boundaries.” – Ariellah.
Sempre que eu ouço uma praticante de fusion belydance dizer que não conhece a Ariellah Aflalo, faço questão de mostrar algum vídeo e falar um pouco sobre essa bailarina incrível. Conectada com o que acontece ao seu redor, seja isso a natureza ou as pessoas, sensível, inteligentíssima, cheia de conhecimento, refinada, com capacidade de controlar todas as partes do corpo enquanto dança. Ela dança respirando, dança com calma, dança com expressão, e prende nossa atenção. O que mais me chama atenção é o refinamento dos seus braços e a elegância. Segundo o que foi dito em seu workshop, Ariellah verifica tudo para sua performance: faz checagem com os iluminadores, o pessoal do som, verifica os pontos fortes do palco para os momentos mais importantes da coreografia, e garante o que for possível da sua parte para que sua performance tenha êxito. Tive a oportunidade de conhecê-la pessoalmente durante dois workshops; foram períodos curtos, porém absorvi tudo o que pude – e fiquei mais encantada ainda. Ela é conhecida como a rainha do dark fusion, mas sua dança vai muito além de estilos, é uma dança no sentido mais forte da palavra. Ela não precisa de “causação” (causar impacto usando coisas desnecessárias), nem de textos gigantes descrevendo sua dança, pois ela se comunica com o movimento mesmo. Além disso, admiro-a como professora. Reservada, com tom de voz baixo, sua presença é tão forte que ninguém se atreve a desrespeitar sua aula (ou seja, falar em momentos que ela não tenha dado a palavra, ou olhar constantemente para outra direção que não seja ela – se você costuma fazer isso nas aulas, reveja seu comportamento). A partir dali me reconheci nela – não há necessidade de mudar sua natureza para ser uma boa professora. Não é necessário falar alto para dar comandos para as alunas. Dali em diante decidi que seria eu mesma ao dar aulas, e me libertei de conceitos prontos e estereótipos sobre o que é ser uma professora de dança – o que foi confirmado mais adiante pelas minhas próprias professoras.
Aline Pires 